Olá pessoal. Fiquei um tempinho sem postar (não ando tendo muito paciência pra "net" não rsss), mas vamos la... de volta à ativa!!
As primeiras semanas são sempre complicadas, muitas novidades e adaptações.
Logo de cara, assim que internei(22/07), já me deram a notícia de que iria para o centro cirúrgico para colocar o cateter (são duas "mangueirinhas" que são inseridas na artéria jugular e que se conectam no coração), nele recebo as medicações, soro, transfusões de plaquetas, sangue e até a quimioterapia. Dai... lá fui eu pro centro cirúrgico, com aquele friozinho na barriga e um certo medo. Nos dois dias após a colocação do cateter senti falta de ar muita dor (mas uma dor concentrada no peito, como se tivesse algum gás andando dentro de mim), estava respirando com ajuda do oxigênio. Tiraram um raio x e constataram que havia entrado ar no meu pulmão, fiquei mais esse dia todo com o oxigênio e sentindo fortes dores. No dia seguinte, meu médico me disse que meu pulmão não estava absorvendo esse ar e que seria necessário a colocação de um dreno para poder retirá-lo.
Mais uma vez, fui eu para o centro cirúrgico, mas estava mais nervosa e desabei a chorar. Doía muito e a anestesista não queria me fazer dormir, só queria aplicar uma anestesia local, ai que apavorei mais ainda (mas no fim deu tudo certo, não lembro de muita coisa, então com certeza, ela deve ter me colocado pra dormir, visto que estava quase tendo um treco neh rs). Digo que a sensação de ter uma mangueira entre as costelas que está conectada no pulmão, definitivamente, está entre as piores. Fiquei com o Tótó (apelido "meio" carinhoso para o dreno, pois tinha um baldinho com soro que tinha que carregar pra todo canto rss) durante 7 dias, dias os quais foram difíceis... difíceis de dormir, respirar, tossir, me mexer, de tudo. Comecei a fazer fisioterapia respiratória e motora (pois perdi um pouco dos movimentos do braço direito)... Enfim, depois de 7 dias, o médico me dá uma anestesia local, retira o dreno e dá alguns pontinhos... um dia muito glorioso por sinal, tomei banho sozinha, feliz e contente, fiz a fisio direitinho, consegui andar ereta novamente, andei um pouco pelo hospital, toda me exibindo sem o tótó rss... um GRANDEEE alívio!!!!
Uma coisa que percebi muito clara na doença, é que não existe programações certas, estamos sempre lidando com as incertezas, sem saber o que irá acontecer no dia seguinte. Nunca sei o que irá vir amanhã, qual reação terei ou se passarei o dia feliz e contente.
A única coisa que tenho que fazer é esperar o próximo dia chegar para poder vencê-lo e assim sucessivamente...
Vencendo dia após diaa!!!!
Oi pessoal...
Pois bem, como todos sabem, estou passando por um momento muito difícil na minha vida, uma mudança que pareçe não ter fim. Mas tenho fé, e acredito que ela irá acabar rapidinho.
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Sabe aquele pensamento que todos nós temos de que "isso nunca vai acontecer cmg"? Pois bem... Acontece!!!
Tudo começou quando acordei numa manhã com um forte torcicolo, mal conseguia me mover. Fui trabalhar meio dia, como de costume (era esteticista em um studio de estética). Qndo atendi meu primeiro paciente não consegui suportar a dor e falei com minha gerente que não conseguiria atender mais ninguem, então pedi a ela que me liberasse para ir ao medico. Fui atendida por um ortopedista que mal me olhou e logo me deu uma prescrição de dois relaxantes musculares e pediu para imobilizar, fiquei com o colar cervical duarante 3 dias. Tirei o colar e estava tudo indo bem, até a dor voltar. Voltou em menor proporção então continuei trabalhando e fazendo minhas atividades normais. Ate que um dia a dor passou de menor proporção para insuportável (dessa vez ja estava com dores também no braço esquerdo e coluna). Fui em mais dois médicos e falaram a mesma coisa, "Isso e estresse e má postura, nada de mais", mas continuaram sem pedir exames (nem se quer pediram o raio x). Foi então que liguei para minha irmã (que é enfermeira) e pedi à ela que marcasse uma consulta com um ortopedista e meu ginecologista. Vim para Uberlândia para as consultas, ambos pediram uma bateria de exames de sangue e raio x. Fiz todos e voltei para Brasilia. Quando minha irma pegou os resultados dos exames de sangue, viu que as taxas de leucócitos, plaquetas e todas as outras células relacionados ao sangue estavam baixas.
De início, ninguem me falou nada, minha irmã consultou um hematologista e pediu para que eu repetisse o hemograma pois achavam que era um "distúrbio alimentar". Depois de 3 semanas fiz outro hemograma e no mesmo dia peguei o resultado. Liguei para minha irma para passar +/- os valores de cada coisa, ela não falou nada mas se assustou quando disse que minhas plaquetas haviam abaixado mais, mas disse q iria ver com o médico e me ligava. De repende minha tia me liga falando que era para eu ir em Uberlândia no dia seguinte (domingo 18/07) para fazer um outro exame. Confesso que fiquei bastante apavorada mas segui em frente. Na segunda (19/07) de manhã minha irmã me explica +/- como seria o exame e pra que era. Faria um mielograma, uma punção na medula, nesta seria extraido 1 gota de sangue de dentro da medula para análise, para ver se há vestigios de células anormais... resumindo, para detectar se eu estava com Leucemia. Entrei pra sala com minha mãe para fazer o exame, não parava de chorar um minuto, fiquei muito apavorada e nervosa. O médico chegou e começou a pegar seus "instrumentos", me deu anestesia local e extraiu o sangue que precisava. Fiz pelo osso esterno, esse do peitoral. É uma sensação esquisita, mas o nervosismo transforma em uma coisa de outro mundo rs.
Quando cheguei em casa após o exame começei a pesquisar sobre a doença, os tipos de leucemia, tratamentos, efeitos colaterais e tudo mais. Com muita ansiedade aguentei ate quarta-feira (21/07), quando minha irmã falou que o hematologista queria conversar um pouco comigo, fui meio desconfiada, mas lá fui eu. Conversei bastante com ele, me explicou sobre muita coisa. Me falou que eu estava com Leucemia, que minha defesa estava cada vez mais abaixando e que precisava começar o tratamento o quanto antes. Fiquei meio estática, tentando ser o mais forte possível mas as vezes escorria uma lagima aqui e outra ali. Fiquei meio sem chão, era uma mudança drástica. Por fim, ele deu o "veredito" de que eu seria internada no dia seguinte (22/07). A noite, meu cunhado realizou o meu ultimo desejo, comer muiiiiiiiito sushi. Como tinha que evitar aglomerações, fomos (meu cunhado, minha irmã, minha mãe e eu) para o sushi e entramos direto para o tatame, la ficamos isolados e nos matando de comer e rir. Foi um dia muito especial, fiquei extremamente feliz, tiramos fotos e brincava com eles que era meu ultimo dia de gloria, afinal tudo agora iria mudar, definitivamnte!!!
Quando acordei no dia seguinte, ja fui logo para o laboratório fazer mais uma punção na medula (esta para saber o tipo de leucemia), e um exame que detecta em qual cromossomo esta a "anomalia" (o cariótipo), se fosse no cromossomo 16 eu não iria precisar de transplante de medula e se fosse nos outros 22 cromossomos eu iria ter que passar por um transplante. Depois que sai do laboratório fui me preparando para ser internada, comprei algumas roupas confortáveis (pois não estava preparada para ficar aqui "definitivamente") e aproveitei para passear com minha irmã e minha mãe. No final da tarde fui para o hospital começar a minha luta, sempre com o mesmo pensamento e objetivo.... Vercendo dia após dia!!!
Beijo à todos e até a próxima
